sábado, março 31, 2007

O essencial é invisível aos olhos

"- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui – disse a voz – debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa – disse a raposa.
- Anda brincar comigo – pediu-lhe o principezinho. - Estou tão triste...
- Não posso ir brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda…
- Ah! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar: - O que é que quer dizer “cativar”?
- Vê-se logo que não és de cá – disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens – disse o principezinho. - O que é que "cativar" quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar – disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles têm. Andas à procura de galinhas?
- Não – disse o principezinho. Ando à procura de amigos. O que é que "cativar" quer dizer?
- É a única coisa que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Quer dizer estar ligado a alguém, “criar laços” com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber – disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor...tenho a impressão que estou ligado a ela...
- É bem possivel - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na Terra...
- Oh! Mas não é da Terra! - disse o principezinho.
A raposa pareceu ficar muito intrigada.
- Então, é noutro planeta?
- É.
- E nesse tal planeta há caçadores?
- Não.
- Começo a achar-lhe alguma graça...E galinhas?
- Não.
- Não há bela sem senão...- disse a raposa.
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver ligada a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...cativa-me! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, têm um ritual, à quinta-feira, vão ao baile com as raparigas da aldeia. Assim, a quinta-feira é um dia maravilhoso. Eu posso ir passear para as vinhas. Se os caçadores fossem ao baile num dia qualquer, os dias eram todos iguais uns aos outros e eu nunca tinha férias.
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! Vocês ainda não são nada - disse-lhes ele. - Não há ninguém ligado a vocês e vocês não estão ligadas a ninguém. Vocês são como a minha raposa era. Era uma raposa perfeitamente igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora, ela é única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Vocês são bonitas, mas vazias - ainda lhes disse o principezinho. - Não se pode morrer por vocês. Claro que, para um transeunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sózinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque foi a ela que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi ela que eu abriguei com o biombo. Porque foi a ela que eu matei as lagartas (menos duas ou três, por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu vi queixar-se, gabar-se e até, às vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para o pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer."

(Antoine de Saint-Exupéry – O Principezinho)

sexta-feira, março 30, 2007

História de uma saudade

















Recordo com nostalgia as viagens com a família quando as crianças eram pequenas.
Ainda retenho na lembrança as belíssimas paisagens que pude observar. Os acampamentos - bons tempos - as crianças brincavam na praia… desfrutávamos do contacto agradável da Natureza.

Certa vez, numa dessas viagens, acampámos na Serra de Sintra. Como nos deliciámos ao ouvir, à noite e à luz de velas, canções lindas ao som de violas, cantadas por um grupo de jovens acampado ao nosso lado! Pela noite dentro, uma sensação agradável ao ouvir os mochos e as corujas. Maravilhoso mesmo foi o despertar ao som do chilrear da passarada!

São muitos os episódios interessantes que gosto de lembrar, por ocasião destas viagens, durante a infância dos meus meninos, quando eles gostavam de andar connosco!

Foram anos inesquecíveis, impossíveis de repetir e que se eu pudesse teria parado no tempo!

quinta-feira, março 29, 2007

Perdoa, Senhor

Perdoa, Senhor, o nosso dia (sol si- do re)
A ausência de gestos corajosos (sol do re)
A fraqueza de actos consentidos (mi- si- do re)
A vida dos momentos mal amados (sol do sol)

Perdoa o espaço que te não demos
Perdoa, porque não nos libertámos
Perdoa as correntes que pusemos
Em Ti, Senhor, porque não ousámos

Contudo, faz-nos sentir
Perdoar é esquecer a antiga guerra
E, partindo, recomeçar de novo
Como o sol, que sempre beija a terra



Perdoa Senhor o nosso dia - partitura

quarta-feira, março 28, 2007

Não faças disso a tua vida!

Por vezes deparamo-nos com coisas, pessoas, situações que podem perturbar qualquer um. Ainda mais quando se é, por natureza, facilmente impressionável ou quando, por qualquer motivo, se está mais fragilizado.
Não vou exemplificar, porque podem ser de vária ordem essas manifestações.
Tenho a convicção de que não há ninguém que não tenha estado já perante um qualquer tipo de perturbação de maior ou menor gravidade.
Algumas há que serão apenas momentâneas, mas outras haverá das quais poucos se conseguem livrar sozinhos. Estas são como um espinho cravado na pele que, ou alguém o arranca de lá à força, ou se tem de esperar o tempo necessário a que o próprio organismo o rejeite.
O pior é que, às vezes, as defesas que existem revelam-se insuficientes face ao corpo estranho, e o organismo por si só não reage, precisa sempre de ajudas externas.
Melhor, melhor era mesmo estar-se vacinado. Mas as vacinas, muitas vezes, são como as da gripe. Não actuam em todos os tipos de vírus, só nos específicos. E mesmo estes, tal como as bactérias, quantas vezes não se tornam eles cada vez mais resistentes?

Então que fazer?

Boa pergunta.

Não sei.

Numa situação assim, ou te safas sozinho ou procuras ajuda.

Agora o que não podes nunca é fazer disso a tua vida!


terça-feira, março 27, 2007

Não sou o único a olhar o céu

(Quantas vezes nos sentimos assim!)

Pensas que sou um caso isolado,
Não sou o único a olhar o céu.
A ver os sonhos partirem,
À espera que algo aconteça.

A despejar a minha raiva,
A viver as emoções.
A desejar o que não tive,
Agarrado às tentações.


E quando as nuvens partirem,
O céu azul ficará;
E quando as trevas se abrirem,
Vais ver o Sol brilhará,
Vais ver o Sol brilhará.

Não, não sou o único, não sou o único,
Não sou o único olhar o céu.


Pensas que eu sou um caso isolado,
Não sou o único a olhar o céu.
A ouvir os conselhos dos outros,
E sempre a cair nos buracos.

A desejar o que não tive,
Agarrado ao que não tenho.
Não, não sou o único,
Não sou o único a olhar o céu.

[Não sou o Único - Resistência]


Não Sou o Único é um original dos Xutos & Pontapés

sábado, março 24, 2007

Voa bem mais alto



(sol)
Não fiques na praia,
Como barco amarrado com medo do mar. (re)
Tudo aqui é miragem,(do)
Mas na outra margem alguém está a esperar! (re sol)
Como onda que morre,
Sozinho na praia não fiques brincando…(re)
No mar, confiante, (do)
Ensina o teu canto da ave voando. (re sol)


Voa bem mais alto (do)
Livre sem alforge (re)
Sem prata nem ouro (si- mi-)
Amando este mundo (la-)
Esta vida que é campo (re)
Que esconde o tesouro (sol)


Ninguém te ensinou,
Mas no fundo tu sentes asas p’ra voar!
Nem que o céu se tolde
E as nuvens impeçam, tu não vais parar.
Há gente vivendo
Tranquila e contente como eu já vivi!
És águia diferente,
Céu azul ou cinzento foi feito p’ra ti!

(Num dia especial para mim)


(Lança-te)
Pauta e acordes

quarta-feira, março 21, 2007

Ninguém te ama como Eu



Ninguém te ama como eu 
Autor: Martin Valverde

Dó Mi- Lá-
Tenho esperado este momento
Fá Sol
Tenho esperado que viesses a Mim
Dó Mi- Lá-
Tenho esperado que Me fales
Fá Sol
Tenho esperado que estivesses assim

Lá- Mi- Fá
Eu sei bem o que tens vivido
Sol
Sei também o que tens chorado
Lá- Mi- Fá
Eu sei bem que tens sofrido
Sol
Pois permaneço ao teu lado

Dó Lá-
Ninguém te ama como eu
Fá Sol
Ninguém te ama como eu
Olha p'ra cruz
Mi- Lá-
Esta é a minha grande prova
Fá Sol
Ninguém te ama como eu

Dó Lá-
Ninguém te ama como eu
Fá Sol
Ninguém te ama como eu
Olha p'ra cruz
Mi- Lá-
Foi por ti porque te amo
Fá Sol Dó
Ninguém te ama como eu

Eu sei bem o que me dizes
Ainda que nunca me fales
Eu sei bem o que tens sentido
Ainda que nunca o reveles

Tenho andado ao teu lado
Junto a ti permanecido
Eu levo-te nos meus braços
Pois sou o teu melhor amigo

terça-feira, março 20, 2007

A VIDA É...




"A vida é uma oportunidade, aproveita-a;

A vida é beleza, admira-a;

A vida é felicidade, degusta-a;

A vida é um sonho, torna-o realidade;

A vida é um desafio, enfrenta-o;

A vida é um dever, cumpre-o;

A vida é um jogo, joga-o;

A vida é preciosa, cuida dela;

A vida é uma riqueza, conserva-a;

A vida é amor, frui-o;

A vida é um mistério, descobre-o;

A vida é promessa, cumpre-a;

A vida é tristeza, supera-a;

A vida é um hino, canta-o;

A vida é uma luta, aceita-a;

A vida é aventura, realiza-a;

A vida é alegria, merece-a;

A vida é vida, defende-a..."

(Autoria atribuída a Santa Teresa de Calcutá)


segunda-feira, março 19, 2007

Amor de mãe

Nada é pequeno no amor.
Aqueles que esperam por grandes ocasiões para demonstrar a sua ternura não sabem amar.

O meu amor é somado, jamais subtraído, sendo multiplicado e convosco dividido.

J.P.


T.J. e J.A.
Na vida existem coisas boas e coisas más,
para mim existem coisas boas, porque vos tenho mais perto de mim.


"Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe." (Paul Raynal)

domingo, março 18, 2007

Deserto

Hoje
Só queria ter um pouco de deserto
Silêncio
Paz
Só sentir
Não pensar
Fugir
Do mundo que me sufoca
Me aperta
Que não me deixa encontrar

Gosto do deserto
Não da aridez
Mas da imensidão
Do espaço
Da liberdade
Para poder sair de mim
Do turbilhão
Que me envolve
Me oprime
E me constrange

No deserto
O vazio
A tranquilidade
A calma
É isso que me falta
Que procuro
Um oásis
No coração
Deus
Hoje

sábado, março 17, 2007

Como é que acordou hoje o teu coração?

"Como é que acordou hoje o teu coração?", perguntava o agricultor ao jovem da cidade que tinha chegado à montanha para partilhar a vida simples e pura do camponês. E o “coração do jovem” não sabia responder. Isto durante alguns dias, até que o jovem, ao despertar, punha-se a escutar o seu coração em silêncio. Nos últimos dias da sua experiência na paz e no silêncio da montanha, o jovem já tinha descoberto que tinha coração; tinha tocado o seu coração; tinha aprendido a olhar e a observar no profundo do seu coração. Ao deixar a montanha, o jovem perguntou ao camponês: “Meu irmão, como é que acordou hoje o teu coração?” E o agricultor, abraçando-o sinceramente, disse-lhe: “Hoje acordou bem; amanhã não sei. Durante este dia que Deus me oferece, vigiarei o meu coração e o manterei desperto, para que, quando chegue a noite, mantenha acesa a luz da fé e arda perante o Deus do silêncio e do profundo”.

O coração é o que de mais bonito e delicado habita em ti. É como a raiz da vida. É como o leito do rio.
Se o coração está vivo, todo o ser será luminoso e transparente.
Se o coração está a dormir, todo o ser estará apagado, será indiferente e cinzento.
Se o coração está morto, todo o ser será como as folhas do Outono que a chuva molha e que o vento leva.
Se o coração é puro, todo o ser será límpido e refrescante.
Se o coração sente e ama, todo o ser estará disposto a ajudar, a abraçar, a encontrar-se.
Se o coração está cheio de sementes de paz e bem, todo o ser será uma primavera radiante e um verão carregado de frutos.
Se o coração está cheio de Deus, todo o ser será uma festa contínua.

E o meu coração, como é que acordou hoje?

(Desconheço o autor)
In:
Topas?

quarta-feira, março 14, 2007

Quisera voar!



Oh, quem me dera voar!
Voar para onde me levasse o sonho.
Ver a imensidão do mar,
Ver de perto o azul do céu
Com o vento a fustigar o rosto
E o sol a arder na pele!

Quisera voar!
Voar é um imenso desejo!
E, sim, voo
Sem grilhões e com eles
Dentro do espaço limitado
Da minha suave cadeia.

Voar mais alto?
Não!
Não posso.
Não tenho asas!
.

sábado, março 10, 2007

Bom dia, Senhor!


Eu hoje acordei com meus lábios a cantar (re- mi- re- la-)
A alegria no coração e o amor a transbordar (mi- fa sol)
E quero, por isso dizer-Te (la- re- mi- sol)

Bom dia, Senhor, bom dia, Senhor
(do fa)
Novo dia já nasceu (do sol)
Bom dia, Senhor, bom dia, Senhor (do fa)
É dia, amanheceu (do sol do)

A noite já passou, sei que velaste por mim
Lá fora o frio, cá dentro o calor
Me falam de ti, ó Senhor

(desconheço o autor)

terça-feira, março 06, 2007

Para M. e M.

Hoje, quando acordei, o meu pensamento voltou-se para uma amiga especial e para o seu pequenino rebento que, faz hoje três dias, viu a luz pela primeira vez.
Ontem estivemos a ver as fotos dele. Como é tão querido!

Sei que deves ter passado um bocado!
Aliás, na tua vida já passaste um bocado.
No entanto, és uma pessoa que está sempre de bem com o mundo. Como te admiro por isso!
És pequenina de estatura mas com um coração enorme!
És linda!
Amiga, és uma lição de vida!

Não sou amante de futebol, nem percebo muito disso, apenas ouço alguns termos e sei mais ou menos o que significam. Neste momento, apetece-me dizer-te uma coisa relacionada com isso, que já ouvi em algum lado:
"Se eu fosse um jogador de futebol, estava sempre a pedir para te darem cartão vermelho...
é que estás sempre a fazer-me falta!"
Recupera depressa, para voltares. Sinto-me vazia de ti!

Peço a Deus, para ti e para o teu pequenino, tudo o que de melhor houver no mundo.

Adenda: 03/03/2020
Como o tempo voa! Já passaram 13 anos! 
13 anos que o Manuel já completou, com a graça de Deus.
Entretanto, como se modificou a vida  todos os dias!...
Parabéns, Lobitos!

segunda-feira, março 05, 2007

Sei-te de cor

Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor.

Sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor.

Sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria,
numa palavra diria
sei-te de cor.

Sei cada capricho teu e o que não dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor.

Sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silêncio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor.

(Sei-te de Cor - Paulo Gonzo)


sábado, março 03, 2007

Philia – amor de amizade



“Ama e faz o que quiseres. A medida do amor é amar sem medida.” (Santo Agostinho)

Philia é o sentimento de amizade, simpatia e afeição por alguém.
É uma forma de amar.
É amor de ternura, alegre, expansivo.
É saber ouvir e aconselhar.
É também confiar.
É querer bem a alguém, em vez de o possuir.

Em Português só temos uma palavra para Amor, mas ele contempla três vertentes: o amor Philia - esse amor de amizade; o amor Eros, que é o amor erótico, apaixonado; e o amor Ágape - o amor de Deus, aquele que devemos nutrir pelo próximo, até por aqueles de quem não gostamos. A partir daí pode perceber-se melhor o amor.

Acho engraçada a expressão: “Amizade é o amor sem sexo”. (Onde é que eu já ouvi isto?)
Será que amizade poderá ser amor sem sexo?
Poderá haver amizade entre duas pessoas de sexo diferente?
Será que esta é sempre verdadeira amizade ou poderá evoluir para outros estádios?
Terá alguma componente de simpatia romântica?

Amizade será, também, o amor conjugal realizado?
Philia e Eros que terão em comum?

Penso que amizades grandes e incondicionais, às vezes podem confundir-se com outro tipo de amor. Se calhar conviria saber fazer a distinção, o que, se calhar, nem sempre será fácil.

O que é certo é que na amizade se correm riscos, se esta descambar para além do que na realidade é (amizade) ou, sobretudo, se não for recíproca.

Às vezes, aposta-se numa amizade e, mais tarde, surgem desilusões.
Afinal, na amizade nem sempre tudo corre bem. Porquê? O que faltará? Lealdade? Reciprocidade?

Para não nos magoarmos, convém que saibamos, também, fazer a distinção entre “amigos” e apenas “conhecidos”. Não podemos considerar verdadeiramente “amigos” todos aqueles com quem, de certo modo, nos relacionamos.

Nesses relacionamentos deverá entrar a outra dimensão do amor – o Ágape. Este está acima do Philia e do Eros e nunca nos magoará, uma vez que não exige reciprocidade.

E, tanto Philia como Eros tem de ter Ágape à mistura, quando não... falta-lhes a parte essencial para que sejam completos e verdadeiros.

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